Sabemos que existem várias formas de se gostar de alguém que consideramos especial em nossas vidas e, dentre elas, gostaria de destacar quando este sentimento não é correspondido na mesma medida. Esta situação é comumente chamada de amor platônico mas, entendo que, na verdade, ela pode ser vista sob um prisma diferente o qual intitularia como “chama de vela”. Neste contexto, a analogia se refere a chama de uma vela que hora se fortalece e consome vigorosamente o seu pavio, enquanto que em outros momentos, ela fraqueja simplesmente para continuar acesa, de tal forma que se alguém respirar um pouco mais forte ao seu redor ela é capaz de se apagar por completo. Diante disso, o sentimento não correspondido na mesma medida assume comportamento ligeiramente análogo. Ou seja, em alguns momentos ele se revigora e em outros ele fraqueja e quase se apaga por completo. No entanto, ele não chega a se esvair completamente porque subsiste em si uma pequena ponta (ou melhor dizendo, um lampejo) de esperança de que, de alguma forma, ocorra uma mudança de percepção por parte da outra pessoa e ela passe a não só enxergá-lo com outros olhos, mas também a valorizar o carinho e dedicação que lhe são conferidos e conceda uma chance para ambos. Seguramente que é bem difícil, para não dizer impossível, afirmar categoricamente se em algum momento esta chama quase apagada irá realmente se revigorar o suficiente para consumir a vela por completo como deveria, ou se ficará pelo caminho e a vela ficará inanimada. Contudo, mesmo assim, pelo menos por enquanto resta a pontinha de chama considero que vale a pena alimentar a crença de que algo muito especial pode vir a acontecer no futuro e mudar o curso da história.
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Luiz ValérioIndependent writer with a passion for traveling, photography and connecting them to literature. Archives
February 2020
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