Diz a cultura popular que a esperança é a última a morrer, e nessa mesma linha de raciocínio alguém, com um aguçado senso de oportunidade, disse que no final tudo dará certo e, se ainda não deu, é porque o final ainda não chegou. Até que ponto estas duas frases têm ou não razão, é difícil de precisar. Na verdade, acho até que nem se trata de saber se têm razão ou não, mas, sim, de questionar qual o efeito que elas serão capazes de provocar no comportamento das pessoas e em nossa formação como seres humanos. Eu as ouço desde muito pequeno, e creio que assim tem sido durante gerações e gerações, e a probabilidade de que continue desta forma é muito grande. Filosoficamente falando, considero que o papel que esta linha de pensamento exerce em nós é positivo na medida em que está diretamente ligada com o senso natural de autopreservação presente em todas as espécies. A natureza é autopreservacionista. O homem é que é distorce esta ordem natural dos fatos e com o passar dos anos acabou por aprimorar seu poder destrutivo. E esta habilidade destrutiva do homem, a meu ver, não se restringe única e tão somente às coisas materiais e palpáveis, mas, sobretudo, às coisas de outra natureza, não tangíveis, tais como a amizade; o respeito pelo próximo; o companheirismo; o amor por si mesmo e pelo próximo; a solidariedade; o desprendimento de sentimentos menores (egoísmo, avareza, inveja, intriga, entre inúmeros outros); interesse pelas outras pessoas; sinceridade; honestidade; retidão de princípios e valores; etc. Sabemos que a imperfeição é uma condição inerente à humanidade, haja vista que estamos em constante mutação e evolução. Diante disto, é claro que seria utópico exigir ou mesmo esperar que todas as pessoas tivessem exatamente o mesmo comportamento. Mas, penso que determinados princípios são básicos. Até por isso são denominados de princípios, ou seja, o que está no início. Neste começo de século XXI, porém, o que noto é que apesar de todos os avanços obtidos por nossa sociedade, ou pela raça humana, por assim dizer, nos séculos anteriores, não têm sido suficientes para provocar uma revolução de igual grandeza no âmago das pessoas. Ao contrário. Às vezes tenho até a sensação de que tem causado efeito oposto e tornado as pessoas cada vez mais centradas em si próprias, fechadas em seus casulos e fortalezas, preocupadas em “proteger-se” cada vez mais do meio externo e criando um escudo protetor cada vez mais poderoso e suficientemente sensível, para notar a presença ou aproximação de qualquer “intruso não autorizado” a anos-luz de distância. Agora, do que será que estas pessoas querem tanto se proteger? Por que o afastamento? Por que algumas delas, para se pseudoprotegerem, adotam até a prática de “atirar primeiro para depois perguntar?” Assumem deliberadamente comportamento agressivo e desrespeitoso? São questões muito sérias. O que será que estão querendo esconder por trás desta couraça e por trás deste comportamento inexplicável? Demonstrar que são fortes em todas as situações e circunstâncias? Demonstração de superioridade ou de poder? Não sei! Sou e sempre fui uma pessoa extremamente otimista e com elevado senso de automotivação. Minha natureza é assim e sou feliz por ser assim.
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Luiz ValérioIndependent writer with a passion for traveling, photography and connecting them to literature. Archives
February 2020
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